Wednesday 22 October 2008

Abroad, lontano, longe, loin, far from, weg, away...

Jardin des Plantes-Muséum National D'Histoire Naturelle/Paris http://www.mnhn.fr/museum/foffice/transverse/transverse/accueil.xsp Abroad, lontano, longe, loin, far, weg, away,
Algumas experiências provocam grandes mudanças dentro de nós. Nosso modo de ver e pensar: as coisas, a vida, valores, costumes. Morar fora é certamente uma delas. Quando nos dispomos abertamente a essa "aventura" muitas coisas acontecem. Primeiramente, algo se quebra. Paradigmas, velhas idéias, antigos conceitos...Logo depois, precisamos nos liberar dos caquinhos que restaram, das "coisas" que se quebraram. Limpar o território para novas conquistas. Aí então, o campo se abre para começarmos novas arquiteturas, novos olhares e reconstruírmos nossa visão do mundo. Estar longe do nosso ninho, nos proporciona a descoberta de novos parâmetros de reconhecimento do mundo que nos cerca. Nosso pêndulo interno se desloca e novos reajustes temos que fazer, a fim de reestabelecer o equilibrio perdido. Entendemos, nem que seja por um breve período, que nosso centro e prumo devem estar bem no meio do nosso ser, dentro de nós mesmos. E não em coisas que pensamos ser "nossas" e que nos dão um falso conforto e segurança. Conseguimos ver melhor quando nos afastamos. Respiramos melhor o espaço que nos cerca, liberados do ar vicioso da repetição. Quando nos permitimos vivenciar de fato essa experiência, expandimos nossa capacidade de compreensão do outro. E aprendemos a fazer pontes, construir laços. Entendemos melhor como ir ao encontro, viabilizando o entendimento da tolerância a respeito do diferente. Daquilo que não entendemos. As distâncias se estreitam. Daquilo que está perto e daquilo que está longe. Conseguimos apreciar melhor o sabor e o valor através dos opostos. Precisamos conhecer o frio pra saber do calor. Precisamos conhecer o amargo pra saber do doce. Pisar na areia, pra sentir sua maciez. Nas pedras pra entender sua dureza, daquilo que são feitas. Através dos contrastes entramos em contato com as fronteiras que subjetivamente "separam" os seres, as coisas, os sentimentos. Vamos transpondo e ultrapassando as nossas próprias fronteiras internas que nos muitas vezes nos fazem prisioneiros de nós mesmos.

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